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Os Cursinhos Populares e Escolas Preparatórias surgem da necessidade de fornecer igualdade de oportunidades e de acesso ao ensino superior a todos que prestam o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e vestibulares. Para além do vestibulando, os professores em formação nos cursinhos tornam-se um novo profissional com práticas socialmente transformadoras. Através do modo reflexivo de Schön (2008), pretende-se que este professor adquira consciência dos princípios da educação libertadora, transformando-se num novo profissional. A justificativa deste trabalho é reconhecer a importância que os Cursinhos Populares e Escolas Preparatórias possuem para o desenvolvimento do ser docente como um todo, desde metodologia até gestão de sala de aula. Dialogando com essas propostas com Imbernón (2000, 2010), que traz a necessidade da formação continuada dos docentes a fim de que eles acompanhem a complexidade das mudanças ocorridas social e culturalmente, novamente percebemos a relevância que o Cursinho Popular possui para a formação de um professor, haja vista que estes aspectos apresentados pelo autor são facilmente apresentados e adequados no dia a dia dos Cursinhos. Este trabalho tem como proposta analisar a obra desenvolvida na Escola Preparatória da UFABC intitulada: "Sonhar. Educar. Transformar. Escola Preparatória da UFABC 10 anos!", onde o organizador coletou diversos relatos e, através da análise documental dos relatos, foram selecionados os trechos somente de alunos da licenciatura, para que analisar com efetividade a veracidade da pesquisa.

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O artigo 205 da Constituição Federal de 1988 brasileira nos diz que a educação é um direito de todos, que garante o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho; estabelece a igualdade de condições de acesso e permanência na escola como um princípio. Entretanto, atualmente o ensino superior ainda não é para todos e os cursinhos populares surgem como estrutura alternativa de redução da desigualdade e uma compensação à falta de investimento e valorização da Educação Básica Pública. A este propósito,  Frei Davi (apud PEREIRA et al, 2010) refere que os vestibulares são formatados para que as competências e conhecimentos solicitados do vestibulando não sejam as mesmas que o ensino público regular oferece, mas aqueles que o ensino particular e cursinhos pagos oferecem. Na região do ABCDMRR (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), também conhecida como região do ABC Paulista, temos vários tipos de Cursinhos Populares, alguns com Apoio Institucional das Universidades (como o Articula Vestibular, CIUNI, CUJA, Escola Preparatória da UFABC), outros com suporte dos movimentos sociais (como o EDUCAFRO, Emancipa e Ordalina Candido) e particulares (GEB). Pretende-se utilizar a Escola Preparatória da UFABC como objeto desta pesquisa. O professor em formação ou recém-formado começa a avaliar sua prática, a refletir sobre a teoria apreendida no curso de graduação, e como diz Freire: “Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo” (FREIRE, 2019, p.29). Refletir sobre sua prática, os erros e acertos é o primeiro passo de uma jornada incessante e importante para o ser professor em formação, pesquisar para continuar aprendendo e manter-se neste ciclo interminável. Como apresenta Chaves (2017), o profissional deve refletir sobre o ambiente em que está inserido, bem como que estabeleça um diálogo com a própria relação, percebendo os princípios e valores que que norteiam a conduta do profissional, e tome decisões em consciência que lhe pareçam adequadas, justas e consequentes. Desta forma, o ideal do professor reflexivo é aquele que reconhece as situações e percebe como resolvê-las, mesmo em situações que não estão em seu cotidiano ou não fizeram parte de sua formação inicial. Desta forma, enquanto houver a pesquisa no ensino superior de licenciatura e houver uma reflexão sobre a prática docente, ela se forma e se reforma de um modo em que o professor faz uma formação prática e adequada para a sala de aula.

Os objetivos desta pesquisa foram: (i) analisar a história de vida dos professores da Escola Preparatória da UFABC (EPUFABC) através do livro "Sonhar. Educar. Transformar. Escola Preparatória da UFABC 10 anos!" organizado e elaborado pelo coordenador da escola preparatória Leonardo Steil, onde os professores relatam as vivências, experiências e sensações importantes para a sua vida pessoal, acadêmica e profissional que puderem desenvolver ao longo da sua jornada como professores neste projeto de extensão; e (ii) compreender o impacto que a experiência na Escola Preparatória causou no ser docente como um todo. 

A metodologia divide-se em dois processos: (i) Análise de conteúdo de documentos e (ii) Histórias de vida. Na análise de conteúdo documental (BARDIN, 2016), selecionamos o livro elaborado pela própria Escola Preparatória para ser o objeto da pesquisa. E através da metodologia das Histórias de vida conseguimos coletar, através do livro citado anteriormente, relatos colhidos de forma consentida e sentimental, onde os seus narradores colocaram o que acharam mais importante dentre a sua vivência ao longo da Escola Preparatória, e corroborando, Gaulejac (2005) descreve que os objetivos do método da história de vida encontram-se no acesso a uma realidade que ultrapassa o seu narrador. Partindo deste pressuposto, por meio da história de vida contada por um olhar sintagmático e paradigmático do sujeito, conseguimos compreender o universo do sujeito, mostra-nos a faceta do mundo subjetivo. Além disso, dentre os demais relatos que compõem o livro, selecionamos os relatos que são especificamente de pessoas da área da licenciatura (formação de professores). 

Os resultados desta análise consistem em uma experiência de grande impacto na docência, pois em alguns textos do material temos relatos de pessoas que não haviam planejamento de seguir para a licenciatura, e após a experiência da EPUFABC se sentiram confortáveis e surgiu o interesse de seguirem para esta área. Aos que já estavam familiarizados com o ambiente da licenciatura, percebemos em seus relatos uma primeira experiência necessária e fundamental para que ao confrontar-se com uma sala de aula do ensino regular/formal, não tivesse alguns receios e desafios que o professor que somente participou de estágio obrigatório da formação superior acaba por defrontar-se. 


REFERÊNCIAS


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Leonardo José Steil (Brazil) 10681
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Vinícius André Junqueira (Brazil) 10683
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Eliane de Souza Cruz (Brazil) 10684
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