Diante dos recentes escândalos de corrupção envolvendo a máquina pública, nas mais diversas esferas, observou-se a retomada dos debates sobre a necessidade de mudanças cruciais no modelo político e eleitoral vigente no Brasil. Não obstante, um ponto nevrálgico que tange à reforma reside no modelo de financiamento de campanhas eleitorais vigente no Brasil, que, até 2015, permitia que empresas financiassem campanhas eleitorais, tornando-se um dos principais atores no jogo de barganha política dentro do Congresso Nacional brasileiro. Com a retirada desse ator, portanto, campanhas que costumavam ter custos milionários tiveram que ser repensadas, assim como o modelo vigente. A legislação, portanto, não levou em conta demais aspectos do sistema, que encarecem o custo das eleições e diminuem sua legitimidade, como o sistema de listas adotado pelo Brasil e a legislação partidária. Tendo isso em vista, o intuito deste trabalho, em linhas gerais, é fazer um levantamento sobre os principais pontos das propostas de reforma do sistema político e eleitoral brasileiro, a fim de contrastá-los com países onde tais modelos foram implementados. Para tal, far-se-á uso de métodos de análise de multivariáveis, como o Qualitative Comparative Analysis (QCA).