Ao considerar a perspectiva sócio-histórica da luta pela igualdade entre gêneros e as várias faces da violência contra a mulher, partindo de uma metodologia Dialógica Freireana (2005), realizou-se uma intervenção no dia 12 de março de 2016 junto ao grupo de vinte mulheres, com faixa etária de 55 a 78 anos, frequentadoras do Clube de Mães, localizado no bairro de Bodocongó em Campina Grande – PB. Como tema gerador, foi exposto o curta “Acorda Raimundo”, esperando que emergissem, a partir das vivências sociais das participantes, posicionamentos apontando a violência simbólica, submissão feminina a maus tratos e “papel social masculino versus papel social feminino”. Ao iniciar a discussão, a maioria do grupo não se sentiu afetado com a violência simbólica demonstrada e se posicionaram de forma a abominar a conduta de mulheres que desempenhavam o “papel social masculino”, naturalizando o paradigma vigente de papeis sociais. Dessa forma, fez-se necessário ressignificar a dinâmica da intervenção, problematizando as falas trazidas pelas participantes sobre papeis sociais em torno da igualdade, mediando a discussão em direção aos temas que afloravam do grupo. Findando o encontro, pois, com a significação positiva a respeito da pluralidade de papeis desempenhados por tais mulheres em seus contextos sociais, possibilitando que se posicionem com autonomia frente a sua existência. Assim, vê-se a importância do espaço social como meio de expressão da autonomia de sujeitos implicados em sua realidade, como expressão de liberdade. Visto que as leis que regem a sociedade são históricas, sendo os indivíduos por elas influenciados para que possam modifica-las, foi necessário alterar o rumo da intervenção integrando a noção de violência simbólica à realidade social que as participantes demonstravam viver.