O presente trabalho tem como temática entral o tempo e espaço da Educação Infantil, mais especificamente, os modos como os docentes que atuam nessa etapa da Educação Básica procuram pensar e organizar as práticas pedagógicas nesse contexto. Para tanto, são explanados os conceitos de tempo a partir de Norbert Elias, de espaço de Antonio Viñao Frago, de currículo de Alfredo Veiga-Neto. A organização do espaço e tempo nas escolas de Educação Infantil no Brasil tem delimitado e inclusive fomentado as escolhas das ações pedagógicas desenvolvidas com as crianças que frequentam estas instituições. Para problematizar estas questões utiliza-se a metodologia qualitativa de estudo teórico e parte-se de uma análise discursiva de relatos de professores de Educação Infantil, com o intuito de compreender os modos como estes descrevem, se apropriam e adaptam os tempos e espaços de seus locais de atuação conforme as demandas que neles se apresentam. Por mais que a formação de professores desta etapa problematize a importância de se repensar os modos de explorar a espacialidade e temporalidade das escolas, percebe-se que estas funcionam antes como um delimitador ao invés de um desafio. Por outro lado, sabe-se que a rotina e um uso específico e condicionado às possibilidades de cada escola são necessários para a ambientação, familiarização e exploração das crianças do respectivo meio no qual se encontram e do qual passam a fazer parte. Esta participação porém, não as limita somente a sujeitos que atendem às ordens dos adultos, mas a sujeitos que produzem cultura e recriam os artefatos e a organização dos tempos e espaços que lhes são ofertados, como bem destacam os autores do campo da Sociologia da Infância.