As políticas educacionais referem-se à intencionalidade do governo para os diversos componentes que constituem o campo da educação. O seu desenvolvimento aqui é entendido como processo amplo que inclui a formulação da proposta, implantação, implementação, acompanhamento e avaliação dos objetivos almejados. Esta pesquisa buscou compreender como se deu a participação do professor de Biologia no desenvolvimento de políticas educacionais incidentes sobre o seu trabalho. Foi desenvolvida em duas etapas, sendo que na primeira foi aplicado questionário eletrônico a todos professores de uma rede escolar do centro do Brasil. A amostra inicial constituiu de 245 professores, dos quais 71 responderam ao questionário. Dentre esses 71, 21 foram selecionados para a segunda etapa, que constituiu em entrevista com estes sujeitos e, também, com cinco gestores da Secretaria de Estado de Educação. Os dados permitem inferir sobre as nuances que interferem na implementação dessas políticas e que estas tendem ao fracasso quando não há formação de consenso ativo entre esses sujeitos que vão implementá-las no cotidiano escolar. No geral, as políticas que incidiram sobre o ensino de Biologia estavam relacionadas à aquisição de material para implantação e implementação de laboratórios didáticos para realização de atividades didático-experimentais, bem como na realização de cursos de formação de formação continuada. Percebeu-se que a participação do professor está relacionada, na maior parte das vezes, ao processo de implementação da política já elaborada e implantada por algum órgão exterior à escola ou à rede escolar. A não-participação desse profissional no processo de deliberação e formulação das políticas voltadas para o seu trabalho pode ocasionar sentimento de não-pertencimento e tem impacto negativo no projeto que se pretende desenvolver.