Há muito se discute a necessidade de inovar em Educação; todavia, nem todas as discussões ensejadas foram bem compreendidas e aplicadas. Edgar Morin já denunciou, assim como Boaventura de Souza Santos, que o discurso científico ainda se pauta por uma excessiva fragmentação e categorização do objeto estudado, de tal modo que as informações obtidas, muitas vezes, ficam desconectadas entre si e apartadas de seu contexto. Com todas as descobertas e estudos realizados, percebem-se resquícios de uma concepção dicotômica, que, por séculos, segmentou a razão da emoção, a Ciência da Arte, como se os caminhos a elas divergissem. É imprescindível reinseri-las e relacioná-las para que façam sentido. Sob este aspecto, o trabalho objetiva ressaltar algumas das contribuições teóricas que revelam um olhar integrador, como a teoria da complexidade, a qual demonstra serem tênues os limites que separam as Ciências Naturais, das Sociais e das Humanas, e o incremento das pesquisas em Neurociências. Hoje, comprova-se, por meio de instrumentos imagéticos e outros, a composição do ser humano como biopsicossocial. Damásio (e não só ele) sinaliza que não existe razão sem emoção; Kandel explicita a interação entre a arte e a ciência para compreender o funcionamento da mente. Há de enxergá-las no seu todo, de forma transdisciplinar, na medida em que é característica do campo educacional compartilhar saberes, romper barreiras e olhar com abrangência os vieses de toda e qualquer investigação. Com base em um enfoque qualitativo, esta análise é bibliográfica e teórico-reflexiva, assentada no referencial de Edgar Morin, Boaventura de Souza Santos, Antônio Damásio, Basarab Nicolescu, Eric Kandel. Os resultados evidenciam o desafio constante de que estas teorias precisam ser mais debatidas e divulgadas em cursos para uma efetiva formação docente na busca de uma práxis mais transformadora no decorrer do processo pedagógico e do percurso educacional.