A inclusão é tema de estudos e pesquisas que tem se intensificado em diversos países. Exige que educadores retomem aquilo que até pouco tempo, pensamos, aprendemos, escrevemos, vivemos, ensinamos e compartilhamos sobre educação. As demandas da inclusão incitam à revisão crítica sobre como concebemos nossos alunos e à construção de novos parâmetros teórico-metodológicos que nos permitam avançar para outros horizontes frente aos desafios da diferença no processo de ensinar e aprender. Os caminhos da inclusão são complexos, desafiadores e, muitas vezes, constituídos em territórios hostis. Apesar do avanço da inclusão pelas políticas públicas e legislações para o direito à educação em espaços comuns a todos os alunos, muitos vivenciam contextos excludentes, mesmo frequentando uma escola regular. Apesar do conjunto de legislações pró-inclusão, os modos tradicionais enraizados no processo de ensino enredam o dimanar para uma educação inclusiva, uma vez que o aluno não é compreendido como protagonista de seu processo de aprendizagem. Um dos mecanismos de exclusão em nossa sociedade é o diagnóstico médico que classifica, categoriza, agrupa e nomeia indivíduos a partir de um quadro sintomático focado na doença e no déficit. A diferença é entendida como algo comum e padronizador daqueles que fogem ao padrão social, afetivo, cognitivo e de comportamento estabelecido pela sociedade. Esta proposta objetiva discutir o conceito de “diferença” na perspectiva da inclusão tendo como referência, autores da corrente filosófica francesa contemporânea, Deleuze e Foucault. Logo, um dos desafios atuais da educação é discutir a diferença na própria diferença como ponto de partida para a inclusão, de modo que esta se amplie para além do panorama escolar em razão das muitas fronteiras em que aquele que é excluído, caminha. Compreendendo que a diferença é um atributo próprio da espécie humana, de maneira que o processo de ensinar e aprender não se pode configurar homogeneamente.