A sociedade tem atribuído responsabilidades crescentes à educação escolarizada e aos docentes de todos os níveis, como resultado das mudanças no mundo do trabalho, da revolução mediática e da alteração da estrutura da organização familiar. A definição clara dos papéis profissionais é coisa do passado. Hoje, se espera a flexibilidade do conhecimento e sua adaptabilidade a situações não previstas. As mudanças mais notáveis impactam profundamente o trabalho docente. Se antes, o papel do professor era repartir informações segundo critérios lógicos do conhecimento, hoje, se requer uma construção ativa, com conexões complexas e situadas temporalmente. Nesse contexto, a Geografia, como ciência da sociedade e da natureza, constitui um ramo do conhecimento necessário à formação inicial e continuada dos professores. Como ciência humana, tem o importante papel de analisar e refletir sobre o espaço produzido pelas sociedades humanas. Trata-se de compreender o espaço como resultado dos movimentos das sociedades e suas contradições e nas relações estabelecidas entre diferentes grupos sociais em diferentes tempos históricos. Os saberes e conhecimentos que orientam as práticas docentes em Geografia são compostos pelos saberes disciplinares, pedagógicos e experienciais, que assumem um caráter específico para a Geografia escolar. Nesse sentido, o presente artigo apresenta importantes reflexões sobre a formação do professor de Geografia e suas implicações no fazer geográfico, além de ponderar sobre a importância e necessidade de profissionalização do docente.