Considerando-se que os discursos dotados de valor de verdade na área da Educação e da Formação de professores na atualidade estão fortemente fundamentados na articulação da docência com a pesquisa e com a produção de conhecimento, este artigo apresenta resultados de pesquisa que se fundamenta nos estudos de Michel Foucault, que problematizam a área do saber, na tentativa de instigar outras formas de pensar a formação docente. Estudiosos do campo, como Pimenta e Anastasiou (2005) defendem que, na formação de professores, é preciso considerar a importância de quatro tipos de saber: dos saberes das áreas de conhecimento, dos saberes pedagógicos, dos saberes didáticos e dos saberes da experiência do sujeito. As autoras destacam a “importância da pesquisa sobre o ensino” quando se trata de estudar a formação de professores, pois é a prática de ensino que dará a configuração do saber docente. Tais saberes se dirigem às situações de ensino e com ela dialogam, pois são revistos em ato, são redirecionados nas situações concretas, transformando-as e criando outros saberes, configurando novamente os saberes docentes (Ibid., p.71). Portanto, podemos dizer que a inclusão dos saberes da experiência, dos saberes da prática, dos conhecimentos produzidos no ato pedagógico refletido é uma demanda dotada de valor de verdade na atualidade. O presente artigo argumenta que tais dimensões disseminam uma concepção dialética do conhecimento, representada na tríade prática-teoria-prática, bastante influente no pensamento pedagógico contemporâneo. A investigação enfoca o campo do saber (aqui entendido desde a perspectiva foucaultiana, ou seja, enredado em forças de poder e modalidades de subjetividade), que pergunta pelos tipos de conhecimento considerados válidos para o exercício da docência, sem tomá-los como naturais ou a-históricos mas como foco de uma problematização genealógica.