Os primeiros registros de estudantes com deficiência na Universidade de Brasília (UnB) datam da década de 1980. Desde então, foram instituídos grupos de trabalho e elaborados planos que atendessem a suas demandas e construíssem uma universidade mais inclusiva. Em 1999, foi criado o Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (PPNE) com o objetivo de estabelecer uma política permanente de atenção aos estudantes com deficiência na Universidade. A partir dos anos 2010 começaram a ingressar na UnB alunos com autismo, o que trouxe novos desafios para o contexto universitário. O presente artigo tem o objetivo de apresentar o processo de inclusão de estudantes com autismo na UnB, suas principais demandas acadêmicas e as algumas das ações desenvolvidas para seu atendimento. Como metodologia foi realizada uma pesquisa documental nos arquivos do PPNE. Soma-se a isto a experiência profissional por meio do acompanhamento acadêmico dos estudantes, reuniões realizadas com professores e coordenadores de curso e atendimentos a familiares e colegas dos discentes. No segundo semestre de 2017 estavam matriculados 17 estudantes com autismo em diversos cursos de graduação da UnB, os quais constituíram o universo desta análise. Entendemos que a inclusão destas pessoas na educação superior é permeada por desafios que foram analisados em três dimensões: ambiente universitário; relações com professores e colegas; e atividades acadêmicas. Observa-se o desconhecimento dos docentes sobre o autismo e formas de avaliação que contemplem suas especificidades. Também problematiza-se o papel da família e é dado destaque a construção de vínculos de confiança e apoio entre estudante, coordenadores de curso, professores, colegas e equipe do Programa.