A presente proposta pretende discutir alguns elementos sociais, educacionais e psicológicos que perpassam a temática da inclusão e da diferença, como um desafio para a educação do século XXI em prol de uma educação inclusiva de qualidade. Como sabe-se a inclusão é um processo complexo e exige profunda reflexão e entendimento sobre seu conceito e impacto social para que aconteçam significativas transformações nos contextos sociais, de maneira que nossos modos de entender, compreender e nos relacionarmos com o sujeito com deficiência não sejam excludentes. No entanto, a inclusão coexiste com a exclusão e a “diferença” tem sido o gatilho principal para a promoção de ações inclusivas e/ou excludentes. Não nos restam dúvidas que a compreensão da  diferença se encontra ainda enredada na cultura higienista presente em nossa sociedade por meio de diagnósticos que nomeiam, classificam, agrupam, estigmatizam e “coisificam” pessoas que não se enquadram no padrão afetivo, cognitivo, social e de comportamento, estabelecido. A materialização da deficiência, do transtorno, do déficit e/ou da doença por meio do diagnóstico implicam em processos de subjetivação na vida socioeducacional do sujeito aprendente, o que decorre, muitas vezes, na aniquilação de sua identidade pela diferença concebida como algo ruim ou negativo presente no indivíduo. Contudo, em nosso entendimento que embasa a discussão deste trabalho, a diferença está presente em todos os seres humanos, o que exige uma desconstrução conceitual do que se encontra tradicionalmente posto na sociedade pelas práticas higienistas, de forma que a cultura escolar seja ressignificada, se transforme e se constitua por princípios de ações inclusivas a partir da diferença.