O grande avanço das neurociências, nas últimas décadas e a convergência das diferentes áreas do conhecimento possibilitaram uma nova compreensão sobre a emoção e o afeto. Inúmeras pesquisas ressaltam a relevância desses fenômenos para o desenvolvimento cerebral ao propiciar a construção de novas conexões sinápticas e, em decorrência, estimular a inteligência e habilidades psicológicas e sociais. O presente artigo visa explicitar o fenômeno da emoção e do afeto em seus aspectos biológico, psicológico e social e sua relevância no desenvolvimento infantil por ser neste estágio que os alicerces das etapas posteriores serão estabelecidos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica baseada em autores como Wallon e expoentes das neurociências: Luria, Damásio, Kandel, Gerhardt e outros. Os resultados indicam que as experiências emocionais e afetivas exercem grande influência no transcorrer da vida, mas seus efeitos são profundamente acentuados nos primeiros dois anos e antes mesmo do nascimento, quando o feto compartilha os estados emocionais da mãe. Provocam alterações no fluxo bioquímico entre as estruturas cerebrais, por exemplo, na amígdala, no córtex cingulado anterior, na ínsula, no córtex pré-frontal, o que ocasiona modificações nas próprias estruturas e afeta os estados psicológicos e relacionamentos sociais, positiva ou negativamente, conforme sua qualidade. Descobertas desta natureza permitem inferir sobre a relevância de políticas públicas educacionais, que favoreçam vínculos próximos, diretos e pessoais entre educador e educando; de atendimento a famílias de modo a incentivá-las e apoiá-las em direção a uma convivência mais tolerante, compreensiva e amorosa.