Este trabalho pretendeu-se compreender o ensino como um processo histórico-social, bem como estudar as teorias educacionais propostas por esses autores a fim de identificar relações existentes dessas abordagens com o psicodrama pedagógico. Assim, entende-se que as técnicas e os recursos psicodramáticos, que propiciam a externalização de vivências internas do sujeito, nesse contexto, podem se caracterizar como métodos que permitem impulsionar diversos processos de ensino-aprendizagem, o despertar da criatividade e colocar ênfase na ação protagonista dos indivíduos. Afinal, Vygotsky atribui um papel preponderante às relações sociais no processo de desenvolvimento intelectual, postulando que o aprendizado ocorre através da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade, sendo que cada pessoa estabelece uma interação com determinado ambiente e pessoas, ou seja, a experiência pessoal significativa. Complementarmente à teoria sócio-interacionista de Vygotsky, incorporamos conceitos de Paulo Freire ao defender que o objetivo da educação é conscientizar o aluno, torná-lo crítico para se libertar da opressão social a qual vive, assumindo um papel de protagonista do seu próprio processo de aprendizagem. Para Freire, o diálogo é a base do ensino-aprendizagem, sendo que, a partir disso, a Educação deveria passar necessariamente pelo reconhecimento da identidade cultural do aluno. Desse modo, acreditando que a aprendizagem ocorre quando tem significado, julgamos importante a criação de momentos interativos onde o indivíduo seja protagonista do seu próprio processo de construção do conhecimento. Portanto, ao relacionar Vygotsky, Freire e Moreno observamos que todos convidam o sujeito a protagonizar a sua história de vida a fim de aprofundar as relações e vínculos sociais, além de “se apropriar” do conhecimento, de suas vivências, de suas histórias e significações, e compreender-se enquanto indivíduo.