A formação superior de turismo no Brasil sofre inúmeros reflexos do processo histórico onde percebia-se este profissional apenas como um prestador de serviços linha de frente dos equipamentos turísticos, resultando em uma qualificação meramente tecnicista e distanciada da realidade. Em 2010, fruto da observação de uma crescente absorção dos estudantes e egressos do curso superior de turismo do Instituto Federal de Pernambuco – IFPE, por parte do poder público municipal para assumirem cargos e associados ao planejamento de turismo e lazer, assim como pela observação da tendência do desenvolvimento comunitário do lazer como forma de melhoria da vida dos residentes e como forma de promoção da atividade turística em diversos países do mundo, o componente curricular Gestão da Animação Turística foi repensado, e antes, que dava conta apenas da construção de técnicas recreativas e de gestão de programas de lazer para hotéis e eventos, passou construir coletivamente com a comunidade, lazeres públicos que beneficiem não só o residente local, mas também estimule o fluxo e a permanência de turistas na cidade, mas associada a desoneração do poder público. Para isso, foi realizado um apanhado de metodologias participativas a partir de livros, artigos e relatos de experiências, e foi desenvolvida uma metodologia participativa e colaborativa que desse conta, tanto dos estudantes construírem o aprendizado sobre os conteúdos previstos, quanto de empoderar e ferramentalizar a comunidade para que, de forma autônoma, pudessem seguir com o seu processo de construção de uma vida melhor. Com isso, as aulas estão associadas à observações, vivências e construções coletivas com os moradores, e os estudantes passam a se relacionar e perceber a comunidade não só como um laboratório vivo, mas como co-autores/atores do processo de aprendizagem, onde as vivências permitem uma reflexão teórico-prática para os estudantes, mas também um processo de formação para os residentes.