Assim como em todo Brasil, os alunos de engenharia devem se submeter a um estágio profissional sob a tutoria de um engenheiro da empresa que o recebe e a orientação de um professor/engenheiro designado pela faculdade/curso onde se encontra matriculado o aluno. Muito embora as empresas, as faculdades e os estudantes cumpram rigorosamente o que determina a lei no que diz respeito ao estágio, e há uma certeza por desses atores da importância do referido estágio para a formação do futuro engenheiro, não raro essas relações são muito mais marcadas pela necessidade de se cumprir a legislação do que, propriamente, pela ação pedagógica de formar. Neste sentido, ainda que se possa conhecer o estágio das instituições universitárias e das empresas pela via dos números expostos em seus relatórios, pouco se sabe como esses estágios contribuem para a formação dos alunos. Dito de outra forma, de que mecanismos esses atores fazem uso para que a formação aconteça? A pesquisa ora apresentada aconteceu no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG), no período de fevereiro a junho de 2018, e ouviu os alunos de uma turma no final do curso de Engenharia Elétrica, que relataram sua experiência no estágio durante as aulas da disciplina Estágio supervisionado. Durante os relatos dos/das alunos/as foram feitos alguns questionamentos, tais como: quais as principais atividades realizadas na empresa; quais os comportamentos mais valorizados pela empresa; quais conhecimentos teóricos adquiridos no curso são mais valorizados pela empresa, dentre outros. Nos relatos dos/as alunos/as ficam evidenciadas as contradições postas pela complexidade da relação Escola X Mundo do Trabalho, no que se refere à teoria na escola e a prática no mundo do trabalho e que afetam o/a formando/a na sua trajetória estudantil, na realização do estágio e na inserção ao mundo do trabalho.