A educação de pessoas com deficiências visuais requer o uso de representações gráficas adaptadas à percepção tátil para a transmissão de conceitos, especialmente quando estes ultrapassam o limite da descrição oral, exigindo o contato com recursos táteis que melhor reproduzam a configuração de objetos aos quais não se tem acesso. O projeto de design aplicado à leitura da imagem tátil compreende o planejamento e a avaliação de parâmetros de projeto, a produção e a usabilidade, por meio de uma investigação que identifique as barreiras de aprendizagem, bem como, os fatores emocionais envolvidos na identificação da imagem. O trabalho a ser apresentado compreende mostrar os recursos desenvolvidos pelos pesquisadores e explanar sobre a análise da interação entre a criança com deficiência visual e a leitura tátil do livro paradidático infantil inclusivo, através do uso dos recursos gráficos que lhe conferem expressão háptica, categoria que atende à demanda da adequação e criação de produtos aos princípios de acessibilidade e inclusão, amparados no Brasil pela Lei de Acessibilidade, e recomendada às nações por meio de diversas ações conjuntas, como a Assembleia Geral Ordinária do Instituto Europeu para o Design Inclusivo, que aconselha a implementação do Design Para Todos como instrumento equalizador do direito a bens e serviços. Empregando métodos de análise qualitativa associado à pesquisa de campo em instituição responsável pela educação de crianças com deficiências visuais, propõe-se apresentar o processo de identificação, análise e verificação de técnicas empregadas na produção gráfica do livro inclusivo que promovem a visualidade tátil, no sentido de preservar, através de seus elementos morfológicos, as representações semânticas necessárias à interpretação do livro pela criança cega.