O presente trabalho propõe a análise do processo de reforma do Ensino do Ensino Médio no Brasil, entendendo o currículo nacional como uma prática discursiva que envolve embates e negociações entre diferentes setores vinculados à educação de forma direta, ou indireta.Utilizando a teorização do disurso de Michel Foucault, em diálogo com a as análises do currículo estabelecidas por Thomas Popkewitz e Ivor Goodson e a abordagem do ciclo de politicas de Stephan Ball, analisamos o processo de reforma que se estabelece, principlamente no segmento do Ensino Médio brasileiro, com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1998, e se desenvolve até os dias atuais, com a recente homologação da Base Nacional Comum Curricular e a promulgação da Lei do Novo Ensino Médio, lei 13415.Nossas análises, realizadas em uma perspectiva histórica comprometida com a história do presente, apresentam o deslocamento de sentidos envolvendo discursos que foram sendo apropriados pela comunidade relacionada a educação básica, notamente os discursos relacionados às competências, habilidades, protagonismo estudantil.O empobrecimento do currículo, a precarização do conhecimento e a perda do caráter hegemônico das disciplinas, especialmente da área de ciências da natureza, na estrutura curricular também são apresentadas por meio das análises de cartas publicadas pelas associações que representam as disciplinas da área, endereçadas ao ministério da educação nacional sobre os elementos da reforma.Por fim, são indicados temas de pesquisa que podem trazer à tona aspectos relevantes e ainda obscuros da reforma, denunciando seus impactos e promovendo a necessária reflexão e mobilização em torno dos seus efeitos.