O currículo ao sequenciar determinados conhecimentos entendidos como necessários à formação produz ideologia. Uma verdade, um estilo, um modus operandi, um hábitus se perpetua em detrimento da diversidade de identidades e subjetividades. O presente estudo visa inicialmente, apresentar a visão das teorias críticas no que se refere ao currículo e a prática pedagógica, a partir de uma revisão bibliográfica. Posteriormente, refletir sobre os desafios da organização pedagógica e curricular de um colégio indígena do Estado da Bahia, a partir das questões: O que ensinar? Como ensinar? Discute-se a partir de depoimentos de uma professora que lida com essa realidade no contexto do colégio indígena.  Considera-se que a prática pedagógica e o currículo devem ser capazes de problematizar a produção da identidade e da diferença, considerando estas como resultantes de produções culturais e sociais, marcadas por relações de poder, as quais devem ser reconhecidas e discutidas. No que se refere à prática pedagógica em colégio indígena, entende-se que o trabalho com a cultura popular e as narrativas é um tema relevante, na medida em que buscam uma educação diferenciada capaz de contemplar a cultura local e universal. As narrativas poderão facilitar a construção de uma educação intercultural que reconheça os valores e as concepções do “outro” em suas diferenças culturais.