Como professora do Ensino Médio no Distrito Federal, trabalho constantemente com poesia e procuro incitar meus alunos tanto à percepção do lúdico, quanto às cargas simbólicas e sociais inerentes aos tecidos do poema. Diante disso, um dos autores referência em meu estudo é Affonso Romano de Sant’Anna, que apresenta em seus textos muitas questões relacionadas à tanatografia. Nas poesias desse autor, Tânatos se deixa transparecer em um projeto coeso que gira em torno do tempo e das reflexões que ele suscita ao indivíduo. Portanto, a intenção é verificar em que grau a vivência com a morte pode ter sido responsável pela produção tanatográfica desse artista, observando os aspectos socioculturais que envolvem o período e como eles podem ter influenciado essa produção. Na busca por uma análise intertranstextual, observou-se as propostas de Eco em Os limites da Interpretação, juntamente com Bakhtin, Bosi e Paz, além de buscar em Ariès, Bauman, Ross, Morin e Agostinho posicionamentos relativos ao tema. Diante do exposto, a comunicação proposta almeja aprofundar o estudo poético desse autor como forma de renovação do trabalho já desenvolvido em sala de sala.