O objetivo do trabalho é avaliar o nível de incerteza de projetos de biotecnologia subvencionados pela Agência Brasileira Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) no período 2007-2016. A subvenção econômica, por ser um recurso não-reembolsável, tem o objetivo de induzir as empresas a serem mais ousadas nos gastos em P&D, uma vez que os custos envolvidos nesta atividade estão sendo compartilhados (CGGE& ANPEI, 2008). Então, este instrumento teria o potencial de fomentar projetos caracterizados por maiores incertezas e riscos tecnológicos (Costa et. al., 2013). Avalia-se, portanto, esta prerrogativa, aplicando os diferentes níveis de incerteza de Freeman e Soete (1997) ao setor de biotecnologia. Os resultados indicam que os projetos subvencionados apresentam, na média, incerteza moderada e a mesma reduziu após 2013 com a implementação do Plano Inova Empresa, criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Essa diminuição do nível de incerteza tecnológica está relacionada à exigência, por parte dos novos editais, de uma maior contrapartida por parte das empresas. Estas, avessas ao risco, propõem projetos menos incertos, visto que passam a arcar com uma parte maior dos investimentos. Desse modo, ao mesmo tempo que o aumento da contrapartida mínima busca um aumento do investimento agregado em P&D, por outro reduz o nível de incerteza dos projetos contemplados.