O avanço tecnológico impactou os processos comunicacionais, assim como a práxis profissional da comunicação. Enquanto os jornalistas ambientavam-se com a convergência e avaliavam a mídia alternativa, continuavam a surgir inovações com potencial para impactar o cotidiano destes profissionais. As tecnologias possibilitaram a criação de ferramentas que se popularizaram entre os jornalistas e outras que ainda parecem pouco familiar, como a plataforma Hostwriter, dedicada à partilha por meio de ajuda ou de hospedagem entre profissionais desta área. A economia de partilha baseia-se na otimização do consumo de bens tangíveis ou intangíveis, seja pela troca, aluguel, doação ou venda, tendo como princípios a confiança e a reciprocidade (Botsman & Rogers, 2011; Belk, 2014; Botsman, 2015; Hamari, Sjöklint & Ukkonen,2016). A colaboração pode ser uma vantagem em grandes produções jornalísticas – resultando em ganhos econônomicas aos profissionais e às empresas jornalísticas, ampliando a troca de informação e aumentando a rede de contatos – um caminho oposto ao que parece desafiar o amadurecimento do jornalismo, como as fakenews e a ‘profissionalização’ dos amadores. Diante deste cenário, os jornalistas estariam preparados para valorizar a confiança e a reciprocidade no sentido de colaborarem entre si para facilitar ou enriquecer suas produções? Este trabalho tem como objetivo analisar a percepção dos jornalistas brasileiros sobre possíveis experiências na economia de partilha em colaboração com colegas de profissão. Nesse sentido, além da revisão da literatura, serão utilizados questionários na coleta de dados. Pretende-se evidenciar a disposição em colaborar entre os profissionais da comunicação, assim como a percepção acerca da utilização de modelos da economia de partilha em produções jornalísticas, considerando o 'espírito colaborativo' existente nesta comunidade de profissionais.