A educação como possibilidade de transformação do sujeito, apresenta cotidianamente nos mais variados espaços de aprendizagens, situações que põem em prova o nosso modo de ser, estar e agir no mundo. A percepção do outro é uma delas, em função do modelo de sociedade edificada sob um perfil homogeneizante de ser humano ideal, em seus aspectos físico, social e mental. Classificar e selecionar ao invés de incluir, reconhecer, respeitar e valorizar a diversidade, afeta negativamente a forma de como nos relacionamos e fortalece ainda mais a desigualdade de oportunidades e direitos. No caso da escola a reprodução desse modelo, transparece no tratamento dado aos conteúdos a serem ministrados em sala, refletindo significativamente nas práticas pedagógicas de aprendizagem dos conteúdos propostos pelos componentes curriculares. Destarte, a proposta deste trabalho é encontrar soluções eficazes que minimizem ou superem a exclusão no ensino dos conteúdos escolares, neste caso, os da cultura de movimento, área de conhecimento específica da Educação Física. O público a quem nos dirigiremos são pessoas com deficiência física que muitas vezes são marginalizadas do processo de ensino e aprendizagem. O objetivo é experimentar a realidade virtual como método e possibilidade pedagógica de inclusão das pessoas com deficiência física nos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano). Compreendemos com essa proposta que o corpo através do ciberespaço é capaz de ir além dos limites físicos que lhes são impostos. Projetando, deslocando, construindo relações, interagindo, vivenciando, como afirma Pierre Lévy. Além de conquistar novos meios e intensificar sensações, ou seja, dando outros significados ao corpo e ao movimento humano. Portanto, compreender essa dinâmica, por meio da experiência sensível, faz com que descubramos outras possibilidades de movimento, além de caracterizar-se como uma vivência inclusiva, pois nada impede que os sujeitos possam vivenciar e sentir, sejam eles com ou sem deficiência.