A pesquisa se justifica por catalogar a prática fotográfica brasileira contemporânea a fim de compreender suas características visuais. Ao romper com a especificidade da fotografia se hibridizando com outras linguagens artísticas, tem-se a partir da obra Correspondências, de 2013, do Coletivo Garapa um diálogo com o contexto da fotografia contemporânea esboçada pelo curador Eder Chiodetto na exposição Geração 00: a nova fotografia brasileira, de 2011. A proposta vai na direção de pensar o Brasil como um microcosmo que aconteceu e vem acontecendo em escala mundial. Tais escalas se fundam na criação de estratégias para a produção imagética, na fusão de fato e ficção, na realização de performances e eventos especialmente para a câmera, na produção de uma fotografia construída ou encenada, no registro fotográfico do cotidiano invisível apresentados de maneira banal, sem dramaticidade, na retratação de eventos ligados à vida do artista, na releitura de imagens pré-existentes, no retorno à técnicas tradicionais. Objetiva-se discutir sobre a fotografia contemporânea brasileira e a relação com o coletivismo no País, a fim de contextualizar a Garapa como participante de um fazer artístico coletivo para, posteriormente compreender como este modo de produção reverbera, de forma específica, nas suas obras. A pesquisa se fundamenta nas metodologias da pesquisa bibliográfica discutida por Ida Stumpf, em 2005, na entrevista em profundidade semi-estruturada, cujo método Jorge Duarte apresenta, em 2005, e na análise de imagens em movimento, proposta a partir de Rose, em 2008. Como resultados, a pesquisa conclui que tanto as experimentações curatoriais, realizadas por Eder Chiodetto quanto a produção do Coletivo Garapa, se associam a uma concepção múltipla e plural da prática artística, que relativiza as tradicionais ancoragens territoriais e temporais de compartilhamento de experiência, como Fatorelli argumenta, em 2013, o que possibilita hibridizações de linguagens entre as imagens fíxas e em movimento.