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A proposta explora as múltiplas possibilidades de pesquisa no âmbito interartístico e demonstra como o campo da História e Teoria Interartes aborda a prática intercultural, na busca por sua compreensão. Orienta a investigação no sentido da prática hermenêutica, combinando a tradição e a comparação entre diversas manifestações temáticas e formais, rumo à crítica. A pesquisa sugere que é do objeto investigado que surge uma teoria capaz de compreendê-lo. Deste modo, os estudos interartísticos se aproximam do fenômeno a partir do qeu se denomina "método da clínica", em uma abordagem que tem como princípio a “escuta” do objeto: é o fenômeno que deixa à superfície todas as condições para compreendê-lo. Ao pesquisador cabe perceber o que já se encontra lá desde sempre. Essa perspectiva se baseia na interlocução entre História e Psicanálise, cuja produção do conhecimento surge não como resultado de uma contemplação transcendente do real, mas a partir da interação com as realidades em toda a sua multiplicidade de forma imanente.Pretende-se demonstrar como diversas temporalidades incidem no objeto, rumo às “fantasmagorias”. Nesse sentido, podemos dizer que o processo abre-se ao fulgurar de uma nova contemplação, no sentido benjaminiano do termo, já que a memória que se descobre nos rastros e sintomas possibilitam uma re-narrativização do fenômeno.