Partindo de uma reflexão sobre documentação e exposição do Livro de Artista em contexto museológico, esta comunicação objetiva refletir sobre os limites, usos, funções e conceitos que tais práticas museológicas adquirem ao serem associadas a este tipo de produção artística. Ou seja, se por um lado tais práticas são compreendidas e abordadas como funções básicas dos museus, por outro, em diálogo com o Livro de Artista evidencia-se: 1. a documentação como procedimento estrutural para a conservação do Livro de Artista, e a sua importância para a criação de uma inteligibilidade para este tipo de produção e consequente visibilidade enquanto obra de arte; 2. a exposição como um dispositivo editorial, e como um espaço para a construção de uma ontologia do próprio Livro de Artista. Nota-se que ao se falar de livro de artista aqui, fala-se de uma produção artística específica, consolidada a partir das experiências conceituais das décadas de 1960/1970 que manifestavam, para além da pluralidade de práticas que caracterizam a arte contemporânea, a procura dos artistas por uma certa autonomia em relação aos críticos, por um rompimento com o mercantilismo na arte, por espaços menos convencionais e alternativos às galerias e aos museus, por um público menos contemplativo e mais participativo. Neste sentido, para o desenvolvimento desta reflexão dois campos discursivos são evocados: os campos dos Estudos Artísticos e Museológicos. Assente, portanto, numa proposta de abordagem interdisciplinar e na metodologia de Estudos de Caso, a comunicação apresenta como sua principal questão: que novos conceitos, práticas e funções associadas à documentação e exposição o Livro de Artista inaugura no Museu?   Livro de Artista no Museu: documentação e exposição